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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

"Amnésia"

reantosoeiro.blgspot.com

Eduardo Galeano inspira Martha Medeiros que inspira Sandrine Pereira.

Já é fato que Martha sempre me inspira. Sou fã mesmo e gosto de ler o que ela escreve. Esta semana ela falou sobre “Tempos de amnésia obrigatória”.


Na revista de domingo passado, do jornal O Globo, onde Martha escreve semanalmente, ela conta que sua inspiração veio num dos vídeos de Galeano – “onde ele aparece lendo seu texto ‘El derecho al delírio’, em que descreve como seria um mundo ideal, e aproveita para homenagear aqueles que insistem em não esquecer a própria história (a exemplo das Mães da Plaza de Mayo), nesses tempos de amnésia obrigatória”. Diz ela que a partir daí não ouviu mais nada, pois já fora o suficiente para uma grande reflexão.



Confesso que tive uma atitude semelhante ao ler o seguinte no post da Martha – “Amnésia. É o que explica tanta neurose e tanta infelicidade. A gente procura esquecer para poder ir adiante, mas que espécie de caminho trilhamos quando não enfrentamos a verdade?”

E a minha análise foi direto para educação, área que atuo há tantos anos, e que agora me força a um tratamento que provavelmente me levará a uma cirurgia no ombro por rompimento do tendão, coisa comum entre tenistas, golfistas e professores.  Mas, voltando à minha análise, a educação num todo está carente justamente por causa da falta de insistência, porque os pais desistem mesmo antes de tentar, que dirá de insistir. 


Lembro-me de um dos meus filhos, em uma sessão de análise em família, dizer que a minha insistência me tornava uma pessoa chata, mas que no fundo ele reconhecia que eu me preocupava com ele, que as mães dos outros amigos que deixavam pra lá, e que ele achava que eram legais, na verdade não estavam se preocupando com eles. Claro que isso foi um momento de raro prazer em que a verdade se clareia, mas não necessariamente se estabelece. Em pouquíssimo tempo depois voltei a ser para ele a mãe tão chata.


Não é raro eu escutar dos meus filhos a seguinte frase: - “Poxa mãe, você não desiste, que coisa insuportável”!
É verdade, enquanto educadora eu sou persistente com filhos, alunos e nos locais onde trabalho. Mas estou sempre aberta ao diálogo. Não sou a dona da verdade, nem pretendo ser. Mas alguns preceitos meus são inegociáveis e reconheço que isto me torna uma pessoa meio obstinada. Então, não é uma passeata, um discurso de um político poderoso, a propaganda de um artista famoso ou até mesmo a palavra do Papa, em favor disso ou daquilo, que vai mudar minha opinião sólida, baseada em estudos, depoimentos e principalmente em resultados.

Não adianta fingir que não está acontecendo ou que não aconteceu. Se o problema está lá, precisa ser resolvido. Se esquecido, de antemão já traz um futuro nebuloso.


Então, com este post, ajudado pelas reflexões que me influenciaram, afirmo que nenhum futuro bem sucedido é possível, se não combatermos nosso pior inimigo, que somos nós mesmos. Meio clichê, mas totalmente verdadeiro.  


Boa semana.


1 comentários:

Anônimo disse...

É isso mesmo! Não adianta discursos no momento do acontecimento e depois o esquecimento , sem ocorrerem, de fato, as mudanças.

Principalmente na Educação,onde a participação dos pais, professores e mudanças na sua estrura são fundamentais para um resultado positivo.

E como você escreveu, o ponto de partida está em nós .

Bjs, Mônica -cee.

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