Adquira seu livro aqui!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

As pessoas que “se sentem” são as mais felizes da face da terra.

oglobo.globo.com
Preciso contar por aqui uma experiência que tive tempos atrás.

Estava eu e minha irmã Cida na antiga rodoviária do Rio de Janeiro (antes da reforma), num momento muito infeliz – véspera de carnaval.


Quem já teve experiência parecida sabe muito bem do que estou falando. Gente por todos os lados, atrasos, cheiro ruim, falta de estrutura e tudo o mais.

Mas, mesmo sabendo que corríamos o risco de enfrentar tal situação, nos vestimos de coragem e resolvemos que iríamos viajar, afinal passar o carnaval perto da nossa mãe era tudo o que precisávamos naquele momento. Estávamos carentes, nossa mãe havia desistido do Rio de Janeiro e estava morando em Marataízes, no Espírito Santo.

A visão era das piores, pois, além de tudo, chovia muito, havia goteiras por todos os lados e, claro, muita lama também. Como não havia lugar para todos se sentarem, muitos se espalhavam pelo chão.

Num dado momento, virei para minha irmã e perguntei – O que estamos fazendo aqui? Ela, muito mais animada que eu, veio com aquelas sábias palavras: - Calma Sandra, chegando lá você não vai mais lembrar disso aqui, ainda mais que vamos voltar de carro.

Como o atraso já passada de 3 horas de espera, minha irmã começou a ficar irritada e as palavras sábias foram substituídas por resmungos. 

De repente, olhamos para o lado e nos deparamos com umas famílias de ciganos, quase deitadas no chão, com várias crianças andando para lá e para cá. Elas estavam com alguns sacos de pipoca, que, em meio à confusão, estavam tanto em suas mãos como no chão. Era uma falta total de higiene. Ainda tinha um bebê, que já dava alguns passos, com uma fralda descartável pra lá de vencida, que de vez em quando sentava sobre as pipocas que todos compartilhavam. Foi nesse momento que minha irmã, olhando aquele quadro, deu a seguinte declaração – A pobreza é muito feia. 

Sem nenhum preconceito, porque estávamos lá também, caí na gargalhada com o que ela disse. Ela, por sua vez, começou a rir também e foi difícil fazer a gente parar.

No meio daquela infelicidade cômica, começou a desfilar na nossa frente uma moça dos seus 18 anos, com um casaco de “couro” e “pele” na gola, além de meia fina e bota num calor de quase 40 graus. Ela andava pra lá e pra cá, como uma manequim em uma passarela, toda cheia de si, se sentindo mesmo, e nós, mais mortais do que nunca, começamos a rir de novo da situação, porque estávamos com a postura correta, com as roupas adequadas e erámos as mais infelizes criaturas do local.

Agora me digam que não é verdade? 

As pessoas que “se sentem” são as mais felizes da face da terra. E tenho dito.

2 comentários:

Jane disse...

Está coberta de razão!!

Fabíola disse...

Ou seja... auto-estima é TUDOOOO!!! ;)) Não estar nem ai para o vão pensar, o importante é vc estar bem!! Quando a gente encontra umas pessoas "sem noção" pelo caminho ai fica cômico mesmo... rsrs..

Bjs,
Fabíola

Postar um comentário

O Clube do Salto: As pessoas que “se sentem” são as mais felizes da face da terra. - 2011 Theme by Kali Vieira