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Estive dia 07 de Fevereiro no centro de Convenções da Bolsa (centro do Rio de Janeiro), atendendo a uma convocação de capacitação para professores de geografia da rede Municipal de Ensino do Rio de Janeiro. O tema: Sustentabilidade.
Após o coffee break, com um pequeno atraso, começaram os trabalhos, tendo na abertura a Secretária de Educação do Município, Claudia Costin, que disse algumas palavras e retirou-se para outros eventos.
Depois soubemos que teríamos uma palestra com o Redator chefe, no Brasil, da revista National Geographic, o que, para nós, soou meio estranho.
Como previsto, a proposta dele não era o que haviam nos informado, e, embora estivéssemos insatisfeitos com o que estava acontecendo - “Merchandising”, esperamos educadamente que a tal “capacitação” viesse e que finalmente a reunião tomasse outro rumo.
Com o passar do tempo, percebemos que não íamos chegar a lugar nenhum, e começamos a ficar muito inquietos. Foi aí que um professor jovem, de nome Luís Henrique, da Escola Municipal Tatiana Chagas Memória, pediu a palavra para esclarecer ao palestrante, que embora não tivéssemos nada contra ele, não estávamos ali para isto. Precisávamos tratar de vários assuntos de interesse dos professores e dos alunos do município.
Fiquei muito feliz com o posicionamento desse professor, que corajosamente mudou o rumo da situação. Venho de uma formação muito politizada, sempre participei ativamente de greves na rede estadual, municipal e particular da educação, mesmo que sozinha, arcando com as consequências. Mas, com o tempo, o desgaste é natural e vamos precisando de novos rostos, de gente jovem, para continuar o trabalho. Por isso mesmo, tive um momento de muita satisfação em perceber que nem tudo está perdido, que esses novos professores, maioria formados pela UFF, que sempre priorizou a formação política e o questionamento crítico, estão atuando na rede municipal e que andam espalhando um conhecimento não viciado e muito útil àqueles que necessitam desesperadamente de uma saída, que sabemos estar na educação.
Depois dele, vários outros colegas tomaram a palavra, se posicionaram e fizeram duras críticas à administração do evento, que estava presente e que vergonhosamente tentava justificar o ocorrido, mostrando que, para algumas pessoas, estar do outro lado do tabuleiro embaça a visão e muda os conceitos que pareciam estar tão arraigados num passado não tão distante, já que se tratavam de ex-alunos da UFF. Houve ainda um consenso em lamentar a ausência da secretária, que teria tido uma ótima oportunidade de conhecer verdadeiramente aqueles a quem ela anda “secretariando”.
Esperamos pelo menos que o eco dessa reunião chegue aos canais competentes e que a cúpula, a partir de agora, entenda que possui um quadro de profissionais competentes, que sabem o que estão fazendo e que não são de fácil manipulação. Que passe a nos tratar com o respeito que merecemos, pois a educação precisa urgentemente ser encarada de forma mais séria para que possamos exercer o nosso papel da melhor maneira possível.
2 comentários:
É verdade Sandrini... A educação e os professores precisam ser vistos...Na verdade precisamos abrir os olhos para um direito que, além de básico é fundamental para o crescimento do futuro e de uma profissão que é responsável pela intelectualidade de um país e na ajuda da formação de caráter... Tem muita gente ainda de olhos fechados...
P.S.: Obrigada vc tb por visitar o meu blog... Eu estou sempre espiando por aqui. E sobre a dica do livro... Vou correr atrás dele!
Bjus
A indignação de todos vocês só nos mostra o quanto professor ama o que faz. Se não amassem, largariam de mão ! É muito sacrifício pra pouco prestígio e reconhecimento !
Quando esse país vai aprender ? Sem educação não há decência no futuro.
Bj Bj
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