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domingo, 12 de maio de 2013

Ser mãe é ser um turbilhão de emoções.

Crédito: Rodrigo Kazui

Quando eu descobri que estava grávida, fiquei pensando no que aquilo iria significar para mim. Eu nunca pensei em não ser mãe. Era algo tão certo que eu referia-me ao assunto com a maior naturalidade. Mas naquele momento, um pouco por causa dos hormônios, eu fui tomada de uma emoção tão grande que fiquei horas alisando a barriga ainda sem forma, mas já com um serzinho dentro.

Eu estava com 25 anos, uma menina comparado aos dias de hoje. Mais que depressa comecei a planejar quarto, decoração, roupinhas, nome.... Minha vida mudou por completo e eu era só felicidades, mesmo em meio a um momento conturbado.

Nessa época, eu trabalhava, das 12 às 18 horas, em um Banco, o antigo Banco Real, que hoje já não existe mais. E ainda lecionava em uma escola particular dois dias pela manhã e duas noites também. Como fiquei sabendo da gravidez acho que em agosto, só continuei nas escolas até o final do ano, para poder ter uma gravidez tranquila.

Todo o meu tempo livre era direcionado para o meu primeiro filho tão esperado. Eu lia muito, pesquisava, e preparava  tudo muito carinho.

O Rodrigo, meu primeiro filho, era para nascer em abril, mas ele teve pressa, aliás, ele sempre tem pressa, e resolveu nascer no dia 23 de março de 1988. Eu fui para uma das últimas consultas de rotina e  fiquei por lá,  eu já estava com dois centímetros de dilatação e havia prometido pra mim mesma que jamais passaria por um parto normal, pois as histórias da minha mãe com partos normais eram assustadoras. Ele já estava pronto e não iria esperar mais um mês para nascer.

Ele chegou com 3 quilos 980 gramas e com 53 cm. Um meninão. Foi amor à primeira, segunda, terceira.... vista.  Uma paixão tão intensa que chegava a doer.

Saiu do meu ventre, chorou pouco e sorriu o mais rápido que uma criança recém nascida consegue sorrir. Andou com 9 meses, se livrou precocemente das fraldas e falou muito cedo.

Eu o amava tanto que no meu interior  eu passei a imaginar como seria se eu tivesse outro filho.

 Vale ressaltar que ele continua apressado até hoje, tem pressa até para falar. Tem horas que ele  fala tão rápido que  eu paro e digo:

- Tradução por favor. Não entendi uma só palavra do que você falou.


Quando o Rodrigo estava com 3 aninhos eu engravidei do Rômulo. Uma curiosidade: Neste período eu já havia me separado do meu primeiro marido e depois de algum tempo havia reatado o casamento.

Outra curiosidade: eu me separei do primeiro marido duas vezes. Na primeira vez, eu morava em Manaus. Quando voltei para o Rio de Janeiro, para perto da minha família,  e já estava quase estabilizada, meu ex-marido me deu a seguinte notícia por telefone:

- Houve um acidente aqui em Manaus e o fórum pegou fogo. Estamos casados de novo. 

Depois disso, para a reconciliação foi um passo, já estávamos casados de novo mesmo...

Rômulo chegou em 25 de maio de 1988. Foi muito esperado por mim, pelo pai e pelo irmão, que implorava por uma companhia. Veio chorando muito, mas muito mesmo, já era um cantor e como tal, reclamava por ser acordado antes do meio dia.  Nasceu com quase 4 quilos também (3 quilos  890 gramas) e 52 centímetros, quatro anos e dois meses depois que o Rodrigo. Então eu, que andava preocupada em dividir o amor que depositava no Rodrigo,  tive uma outra grande lição da vida. No momento que vi Rominho, como  foi logo chamado carinhosamente pelo irmão que o aguardava impacientemente,, o meu amor se multiplicou. Amor de mãe, gente, não se divide, se multiplica.

Rômulo era o oposto do Rodrigo, sempre teve o tempo dele para tudo. Cantava todos os dias e o dia todo, e é assim até hoje. Um inquieto por natureza. Está sempre com uma novidade, um novo projeto. Quando criança tinha um brinquedos inseparáveis que os levava junto quando ia dormir. Sua cama era dos brinquedos e ele é que mendigava por um espaço nela.

Foi muito levado quando criança tanto que, na época do colegial,  os amigos o chamavam de Romuleque. Mas sempre foi muito amigo também, daqueles que dá o seu prato de comida se alguém estiver com mais fome que ele.

Quando Rômulo estava para fazer 3 aninhos, meu primeiro casamento acabou de vez. . E não é que o fórum pegou fogo de novo? Credo.!!! Mas, da segunda vez, a sala onde estava o processo do nosso divórcio ficou intacta.

Nossas vidas são feitas de vários capítulos, uns bons e outros nem tanto. Devemos aprender com os ruins e reter bem dentro do coração,  com muito carinho, os momentos bons. Do primeiro casamento, se tivesse sido tudo ruim, e não foi, eu sou muito grata pelos frutos, que são meus filhos. Todo o resto ficou como lição. E que lição!!!

Concluindo, gostaria de dizer o seguinte para os meus filhos:

Rodrigo, você me deu a primeira experiência como mãe, e você, Rômulo, veio mostrar que nenhum ensinamento que eu havia aprendido com o primeiro filho servia para o segundo. Vocês  me proporcionaram e proporcionam experiências inesquecíveis. Todas as melhoras que procurei ter na vida, tanto pessoais, emocionais e materiais foram e serão sempre pensando em vocês.

E como os capítulos se seguem, tenho um outro casamento, com outros momentos... mas isso já faz parte de uma outra história que eu contei aqui.

Feliz dia das mães para minha mãe, tenho falado com ela todos os dias, minhas queridas irmãs Cida e Zeila,  e também para todas as minhas amigas que são mães. E não vou deixar de fora  todos os pais que se desdobram em educar seus filhos sozinhos.

Bom domingo a todos.









4 comentários:

Anônimo disse...

Que lindeza de texto, como a amo de verdade, foi revelador saber um pouco mais das histórias num tempo em que estávamos vivendo momentos diferentes em lugares nem tão diferentes, pois até em Manaus eu fui parar!! É apaixonante, poderia ficar e ler mais!!! Assim como foi com seu livro, bati récord não foi?
Um lindo dia das mães para você querida, uma inspiração para tantas.... beijos
Katya Maximo

Anônimo disse...

Feliz dia das mães Sandrine! Vc é uma inspiração!

Tamara Trindade

Fabíola disse...

Que liiiindo!!!
AMEI o texto, mesmo no dia das mães, quando a homenageada é vc, vc faz essa declaração de amor aos filhos... só sendo mãe mesmo pra fazer isso!!

PARABÉNS amiga, pelos filhos e por ser uma mães tão presente, babona e tudo mais.... ;))

Bjão!!
Fabiola

Aaliyahrj disse...

Quase todas as mulheres podem ter filhos, mas poucas sabem o que é ser mãe. Ser mãe é uma dádiva!
espero que seu dia tenha sido ótimo!
Bjoks

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