Ainda bem que mulheres têm clube! Como tudo começou...

Eu sempre gostei muito de lidar com gente, talvez por isso mesmo tenha escolhido a profissão de professora. Aprendo muito em uma sala de aula além de me sentir útil de alguma forma.

Além disso, na convivência diária com as pessoas que fazem parte do meu ciclo de amizades, gosto de falar, ouvir, acolher, rir, ligar e encontrar quantas vezes for preciso, para ser ombro ou mesmo comemorar. Acho que essa minha característica me fez acumular, no decorrer dos anos, muitas amigas.

A idéia do romance – O Clube do Salto - começou depois de um encontro com uma ex-aluna. Os professores possuem mesmo mais afinidades com um ou outro aluno. Não que não prestem atenção em todos, mas alguns, de alguma forma, conseguem chamar mais atenção. Nem sempre isso acontece com os mais estudiosos. Às vezes os mais levados, rebeldes. Não tem receita. Acontece e pronto. A gente sabe que, a partir dali, aquele aluno vai fazer parte da nossa história para sempre.

Em alguns casos a afinidade não vem de imediato, como aconteceu com a Fabíola. Na época em que fui sua professora não estreitamos os laços, mas hoje ela está presente em vários eventos da minha vida.

Já com a Renata, gostei dela de estalo. Inteligente, esperta e adorava dançar, uma atividade que sempre me fascinou. Fui sua professora por três anos, acho eu, e depois nos separamos. Com a internet voltamos a nos falar. Aliás, reencontrei muitos alunos. Alguns me acharam, outros eu achei. Uns fizeram questão de me perder, e poucos fiz questão de não perceber. Ossos do ofício, grandes amizades, mas também alguns inimigos.

Mas, voltando a Renata, um dia resolvemos marcar um encontro, e na ocasião levei um presentinho para registrar o momento, um pingente que havia visto numa loja feminina. Foi um encontro para lá de prazeroso. Pude constatar o previsto, o quanto ela havia evoluído. Eu sabia que ela iria longe. Vinha de uma família boa, eu havia trabalhado com sua mãe, uma pessoa que só poderia mesmo dar bons frutos. Nunca mais nos reencontramos depois disto, embora tenhamos tentado algumas vezes, coisas da vida moderna. Mas, mesmo assim, sabemos do carinho que nos envolve, e, para aliviar a saudade, nos comunicamos pelos blogs, e o dela é viciante.

Depois do encontro, resolvi que iria presentear algumas amigas com aquele pingente que era uma sandalinha, e que isso seria um símbolo espalhado entre algumas amigas que haviam marcado minha vida. E, mesmo na época escrevendo sobre – Um estudante em apuros -, parei o tal livro e me aventurei num romance sobre amizade feminina. Consequentemente acabei descobrindo que possuía mais amigas fiéis do que era capaz de manter, estando sempre em falta com uma delas. Mas também tive a certeza de me sentir muito privilegiada por ter tantas amigas especiais.

Dentre essas amigas pioneiras do – Clube do salto – além da Renata, receberam a sandalinha:

. Minhas irmãs Cida e Zeila (tão amigas que chega a doer). Como somos companheiras! Diferentes em muitas coisas, mas unidas em tudo. São muito especiais e indispensáveis em minha vida. E, por me amarem incondicionalmente, me vêem de uma forma muito melhor do que realmente sou. Têm preço amizades assim? Não sei nem como agradecer.

. Uma prima Raquel (super atenciosa), que além de ter dado um empurrãozinho no romance com seus elogios, ainda fez a primeira correção. É presença garantida nos mais diversos eventos da minha vida. E o melhor! Somos colo uma para outra nos momentos de dor. Bom contar com uma amiga assim, que nos momentos de maior fragilidade comparece com uma palavra que conforta e ainda te sustenta com suas orações.

. Angélica (amiga de infância) que, por morar nos EUA, nos vemos menos do que gostaria, mas quando nos encontramos é sempre um refrigério. Quando crianças, moramos na mesma rua. Tenho muito admiração por ela. Já foi professora de música na UFRJ e na escola de música Villa Lobos. Ganhou vários prêmios com suas composições, e Já regeu uma orquestra sinfônica na Alemanha. Não é pouca coisa!

. Geísa (uma confidente). Impossível encontrar com ela e não ficar horas tagarelando. Como nos entendemos! Dinâmica, guerreira, estudiosa. Só um defeito, abandonou o Rio e foi pra SP, e pior, se adaptou. Tá quase uma paulistinha. Que raiva!!! (Nada contra as paulistas, a não ser que estão mais perto da minha amiga do que eu).

. Mary (sempre alegre), figurinha que não pode faltar nos nossos encontros. Não conseguimos ficar impunes às suas piadas. Com ela presente é sinal de bons momentos e muitas gargalhadas. Mas não é só isso, ela é quase da família. Uma mãe acima de qualquer suspeita e sua fidelidade às amigas é um atributo admirável.

. Fabíola (companhia certa até para viagens). Ela me fez ver que é possível uma amizade entre pessoas com uma diferença tão grande de idade. Acompanhou de perto este projeto. Me ajudou em todas as etapas.
Uma amiga incansável. E, por isso mesmo, estou sempre em falta com ela. Não consigo retribuir a atenção a mim dispensada. Mas acho que mais a frente ela vai entender essa minha falta de tempo (cansaço).
 Casa, filhos, marido, profissão, livros, blog, terapia... Bem, não que ela não tenha uma agenda apertada, vive viajando a trabalho. Mesmo assim, estica o tempo pra cá e pra lá e está sempre presente. Tem a vantagem de ser bem mais jovem, e jovem não se cansa.
 Hoje em dia, isso já faz muita diferença. Mas incontestavelmente, quando conseguimos afinar as agendas, o tempo que passamos juntas é sempre muito prazeroso. Falando em tempo e viagem, ela está indo para a Bienal comigo. Como agradecer um gesto como este?

Claro que depois fui espalhando várias sandalinhas por aí entre amigas não menos importantes que as primeiras, apenas uma questão cronológica, vamos dizer que as primeiras eu as amo há mais tempo, só isso. Hum! Mas tem ainda a Aninha, Soraya, Helena, Regina, Deyse, Kelly, Beth...E... Não, não vou citar mais nenhum nome para não cometer injustiças, pois nem todas receberam presentes iguais e nem consegui, ainda, entregar o mimo para algumas amigas maravilhosas que merecem também esse carinho. Afinal, esses anos todos de estrada me trouxeram muitas pessoas especiais que guardo, com todo carinho, dentro do meu coração como uma verdadeira e preciosa herança. Como é bom ter amigas!!!

Toda mulher tem o direito de ter o seu clube formado por amigas sinceras, especiais, aquelas que não descem do salto mesmo que o mesmo seja de 9 cm e esteja rachado. Amigas que estão com você para o que der e vier, num pacto que só quem têm amigas assim consegue entender.

Como homenagem, e representando todas as amigas, estou postando as fotos das pioneiras do clube. Mas que fique claro que, independente de ter sua foto estampada aqui ou não, todas as minhas queridas amigas são indispensáveis em minha vida.

Queridas amigas, beijos para todas e muito obrigada por essa amizade tão essencial que muito ajudou no meu crescimento pessoal e que tanto interfere na minha estabilidade emocional.

E.T.: Estou colocando ainda a foto de duas colaboradoras muito fofas: Roberta, uma ex-aluna que, mesmo morando fora do país, e tendo uma vida muito corrida, me presenteou com a capa que considero uma obra prima. E Karlinha (webmaster), que idealizou e cuida com muito carinho do meu, ou melhor, do nosso blog.

Breve, aqui no blog, um espaço para você nomear e falar sobre o seu clube. Aguardem.