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Sinto vergonha pela minha classe, de professores, que não se une.
Eu sei que alguns têm seus motivos pessoais, mas se constitui uma minoria. A maioria se acovarda se omite mesmo. Fazer o quê?
Ontem, numa conversa com um dos representantes da Regional III, ouvi o seguinte:
- Cabral nem precisa fazer nada, é só sentar e esperar a classe se destruir.
E é a pura verdade.
Uma vez, quando eu trabalhava numa escola particular renomada do Rio de Janeiro, fiz greve sozinha. Um professor, preocupado com o que poderia acontecer comigo, chegou até a direção da escola, em nome dos professores, e perguntou se eu corria risco de ser mandada embora. O diretor disse o seguinte:
- Respeito o meu sindicato e respeito muito o professor que respeita o dele.
RespoSta um pouco contundente se tratando de quem era. Mas, ele tinha lá seus princípios.
No dia seguinte, baseados na tal resposta, todos os outros professores aderiram à greve, que por sinal foi bem curta.
O diretor descontou os dias não trabalhados de todos os professores, menos de mim. E alegou que eu fiz greve consciente, os outros não.
As pessoas só respeitam aqueles que se respeitam primeiro.
ESTOU EM GREVE PELA VERGONHA QUE É A REDE ESTADUAL DE ENSINO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
6 comentários:
É isso aiiiiii!!!!!!!!!!
Se pudesse tb entraria em greve por vcs, professores, de todo o Brasil!!!
Bjs!
Fabíola
Amiga, a clareza de sua publicação me faz ter uma vontade tremenda de publicá-la na minha escola...enquanto um grupo de professores de minha escola,enfrenta, entra na luta, faz vigília , passeatas, são ameaçados...outro grupo da mesma escola se recolhe, por comodismo, não querem ser descontados, ou ter que repor as aulas em Julho, quando muitos já estão com viagens para o "exterior marcada" !! Viagens, que com certeza não serão custeadas pelo mísero salário estadual...aliás está no Globo de hj, o salário dos professores estaduais do RJ é o menor do Brasil ????!!!
Muito me indignei quando, ao ler uma entrevista, de um mestre/especialista em Educação, Gustavo Ioschpe, afirma que o salário do professor é muito bom sim, pois a maioria tem uma formação deficiente, não fazem nada para melhorar ou adquirir conhecimentos ( curso, pós graduação, etc). E ainda critica nossas aulas, que falamos abobrinhas....mas ao escutar de um colega, que essa desunião entre os professores, acaba para ele, sendo muito boa, pois com alguns colegas em greve, ele pode adiantar "tempos" e sair mais cedo !! Bom, para esse tipo de professor, o especialista Gustavo, escreve certeiro. Ganha muito bem, mais até do que merece. Não tem o menor respeito pelo seu alunos, pelos colegas e muito menos por si , pela sua dignidade. Para esses, sim eu concordo, ganham muito , fingem que ensinam...
Alguns itens são relevantes, mas a questão de aperfeiçoamento é balela...fiz minha pós na UERJ, com prova para ingressar no curso, terminei o mesmo, as duras penas conciliando com minha jornada de aulas, apresentei com sucesso minha monografia, o curso é reconhecido e cumpre todas as exigências para que receba um adicional ao meu salário...para a surpresa geral, todos os processos do mesmo tipo, voltaram indeferidos...pelo menos por enquanto. Será necessário fazer um estudo do impacto financeiro que tal aumento causará ao estado...garanto que será bem menor do que a contratação de um especialista que está muito fora da realidade de salas de aulas, para tentar colocar a população contra a classe. Será que alguma vez em sua "longa caminhada no magistério" ele já lecionou para uma turma com 52 alunos , amontoados, sem um ventilador funcionando...?
Pois é amiga, vamos dizer não à covardia, a falta de caráter, ao oportunismo de determinados colegas. Mas se envergonhar, isso eu também não escondo....
Sua amiga Ana Cris, muito indignada !!!
Oi, Sandra!
Com certeza a não solidariedade faz-se mais presente no magistério. Ainda tem que se exercitar muito sobre a conscientização dos atos para se alcançar os objetivos da categoria,e saber lidar com as dilacerações presentes em todas as lutas.
Eu mesma não participei de movimentos de greve,em outros, aderi de imediato e em outros aderi praticamente no final da caminhada. Por isso,ainda respeito a decisão de alguns colegas,profissionais de fato.
Bjs, Mônica - CEE
Ana Cris disse ....
Sandra querida, impossível calar diante da falta de união de nossa classe. Diria - mas não pretendo ser agressiva, pois quem me conhece sabe exatamente que essa não é uma característica marcante minha - que o mais chocante de todo esse movimento, é a falta de coragem e também de caráter. Respeito o direito de fazer ou não greve. Seja lá por quais motivos. Viagens, descontos que o código de greve implica. Não cabe a mim julgar ninguém. Ainda que ,também dependa desse mesmo mísero salário para minha subsistência. Pena que não consigo fazer poupança, viajar somente sendo professora da rede estadual.
Mas vida que segue. Tenho noção dos fatos que nos levaram à greve, mas se atingiremos os objetivos ? Depende ...mas a vida também depende de tantas coisas...de que adianta passar 10, 15 anos reclamando da falta de estrutura das escolas, reclamar com diretores, expor a situação decadente da educação para os alunos, se na hora em que podemos mostrar a população a nossa realidade, nos calamos. Permitimos sim, propagandas enganosas durante a campanha do ilustre Sr "festeiro" Sérgio Cabral. Divulgou que todas as escolas estaduais são climatizadas ???? ( a minha além de 52 alunos por sala, nem ventilador tem !)Uma sauna pedagógica.
Respeito todos os colegas, mas peço também dignidade aos mesmos que não aderiram ao movimento. Cumpram seus horários integralmente nas escolas, não sejam oportunistas querendo se privilegiar de determinadas faltas de professores para " juntar" 3 turmas e sair mais cedo. Muito menos nos acuse para os alunos, que somos "preguiçosos" e aproveitamos a greve para descansar.
Também não somos oportunistas, aproveitando o rastro do movimento dos bombeiros. Nosso calendário, divulgado por nosso sindicato já havia sido estabelecido antes de qualquer movimento.
Indignação ainda, por professores que só aceitam ingressar no movimento se lhes for garantido não levar o código 61. Aliás, esses mesmos professores, só entraram nas outras lutas, pois conseguiram tal mérito. Greve sem código, não registra o quantitativo de grevistas amigos.
Por isso, concordo plenamente com vc Sandrinha, se dê o respeito para que seja respeitado. Podemos voltar de mãos abanando , mas triste será ouvir risinhos e comentários dos colegas, tais como: " eu não avisei?". Pois se tivermos algum êxito será que os mesmos profissionais abrirão mão do mesmo, por não terem participado do movimento ?
Beijos,
Ana Cristina
"A ALEGRIA ESTÁ NA LUTA, NO ESFORÇO E NO SOFRIMENTO QUE A LUTA ENVOLVE, E NÃO NA VITÓRIA EM SI" MAHATMA GANDHI
Muitos querem se beneficiar somente da vitória, perdendo o privilégio de poder lutar por ela, se encostando e tirando proveito da força dos outros
Médicos e professores precisam aprender a se mobilizar. É um dos caminhos pra se conseguir melhores condições (leia-se remuneração).
Bjs, Rê Werneck
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