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Assistindo uma entrevista pelo canal GNT, escutei a frase
acima e fiquei a me perguntar se fazia sentido tal afirmativa, principalmente depois
das conclusões que cheguei, e comentei por aqui, sobre a geração “Z”.
Num primeiro momento achei um pouco de exagero, mas, com o
decorrer da entrevista, depois de ouvir algumas declarações, cheguei à seguinte
conclusão: E não é que em alguns aspectos ele tem razão !
Segundo Ney, antigamente ninguém era tão preocupado com
dinheiro e, acima de tudo, se fazia carreira mais tarde. Ele mesmo virou
cantor aos 30 anos de idade. Hoje em dia, já muito cedo, há uma preocupação
exagerada em acumular riquezas.
Vendo os jovens desta época, que vivem numa correria só, já
que tudo fica obsoleto muito rápido, percebo que a maioria percorre uma linha
horizontal de conhecimento e que poucos transgridem (no bom sentido da
palavra) e resolvem enveredar por outras vias. Estão todos tão preocupados com
as novas tecnologias, em como conquistar seus ipads e iphones e ficarem cada
vez mais embrenhados nas redes sociais, que falta tempo para abrirem suas mentes
em perspectivas mais ousadas. Existe muito conhecimento sim, mas pouca
aplicabilidade do conhecimento fora da mesmice, que, com o decorrer do tempo, vira rotina corriqueira e que faz qualquer um se cansar e querer abandonar o “projeto”.
A vida precisa fazer mais sentido. Precisamos sim das
tecnologias, redes sociais, até porque, como diz Danuza Leão, declarar-se um
analfabeto digital não é bonito, é apenas um atestado de que você não quer
evoluir e sim ficar para trás. Mas, por outro lado, não pode ser só isso. As relações
humanas precisam ser menos superficiais, porque senão, embora sejamos PHD em
tecnologia, estaremos retrocedendo em outros aspectos, e em um futuro bem próximo
teremos acabado com o que há de muito bom no ser humano, que é a capacidade de
relacionamentos que divertem, animam e até curam muitas das nossas mazelas. E
isto também será um tipo de analfabetismo.
Ok, não era bem esse tipo de transgressão que o Ney estava
falando, mas me levou a esta reflexão. Se há uma coisa que morro de medo é de
ficar no isolamento social, eu não aguentaria. Portanto, separe um tempo dentro
do seu dia para dar um telefonema e alimentar uma amizade querida, falar com a
pessoa que trabalha com você e também marcar algumas visitas ou um happy hour com
pessoas que você tanto quer bem.
E ainda tem o seguinte fato: tanta correria para quê? Existem
etapas da nossa vida que precisam ser queimadas antes de passarmos para outra.
Por isso que uma criança precisa rolar, engatinhar e depois andar. Nossas vidas
passam por processos parecidos na adolescência, juventude e até na fase adulta.
E isso não tem nada a ver com as mudanças do mundo. Tem coisas que independem
de tempo ou tecnologia. Adolescente adulto é uma coisa doentia, sabemos que “há
um tempo determinado para cada coisa”. E
é justamente na caminhada de cada etapa que aprendemos a ser criativos e
produtivos.
Hum... será que consegui me fazer entender?
Terminando, que tal uma música do Ney Matogrosso? E não é que essa música continua atualíssima !
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se
esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
2 comentários:
Adorei a entrevista, fiquei mais apaixonada ainda pela pessoa que ele...
Não vivi nos anos 70, apesar de querer mto...mas com certeza hoje a gnt é mto mais careta, pq tudo que a gnt faz é julgado, seja por redes sociais, ou ao vivo, viver tá cada dia mais complicado....
Oi,Sandra!!
Muito legal o post. Também concordo quanto aos aspectos citados. Principalmente referentes ao excesso de informações sem dar importância ao conhecimento,ao exagero em ter e ao de pular etapas, esquecendo-se de que cada fase da vida é única.
Bjs, Mônica.
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