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domingo, 25 de novembro de 2012

A carta

esoterikha.com


Um tanto fora de moda nos dias atuais, a carta sempre foi um meio de comunicação muito eficaz. As pessoas por muito tempo se alimentaram dos seus mistérios, romantismos e porque não dizer das suas mais variadas interpretações.


Eu adorava escrever e receber cartas pelo correio, tenho ainda algumas guardadas na minha caixinha de recordações. Hoje em dia, embora não tenha abandonado a prática por completo, principalmente no Natal, na maioria das vezes, minha caixa de correio serve apenas para avisar dos pagamentos que estão para vencer e alguns já vencidos.  Que pena!! Mas não dá para remar contra a maré, e nesse caso seria até, vamos dizer, "burrice". Tudo pelo desenvolvimento, afinal, por mails a comunicação é muito mais rápida.

Por que falar sobre cartas? Porque hoje aconteceu uma coisa no mínimo inusitada. Quando liguei pela manhã para minha mãe, que mora em outro estado, acabei conversando com meu pai, já que ela não estava em casa. Ele me disse que acabara de ler uma carta minha, que fora enviada há 14 anos e que ficara esquecida dentro de um livro.

Eu, por não me lembrar do conteúdo da carta, disse a ele para se desfazer da mesma, caso o assunto o incomodasse, mas ele afirmara que a carta lhe fizera muito bem.

Mais tarde, quando finalmente consegui falar com minha mãe, ela imediatamente tocou no assunto da carta. Disse que a havia escrito após uma longa conversa com meu pai na beira da praia. Acho que a conversa deve ter sido meio pesada porque fiquei tão preocupada que a primeira coisa que fiz quando cheguei a casa foi enviá-la.

Minha mãe deu a entender ter gostado muito da carta, já que  teve que ajudá-lo a decifrá-la por ele não entender minha letra, que sempre foi ruim mesmo (vergonha).    Mas vocês sabem que opinião de mãe pode ser meio exagerada. Ela é uma eterna incentivadora do meu próximo romance e, por isso, pode ser que esteja apenas elogiando na tentativa de dar um empurrãozinho para ver se eu me animo a concluí-lo mais rápido. Mas, mesmo com todos os descontos, ela disse algo que eu vou guardar: 

 - Filha, seu pai disse que gostou muito da carta porque chegou no momento certo.

Não quero saber o que eu escrevi,  pois posso não gostar e por isso mesmo acho melhor "deixar quieto", como dizem por aí. Mas, não consegui deixar de pensar sobre o que meu pai falou.

Curioso esse fato dele não ter lido antes e da minha mãe ter encontrado a dita cuja só agora, 14 anos depois. A vida tem dessas coisas que não compreendemos.  Confesso que fico encantada quando tomamos uma decisão, no caso, de escrever a carta, e ela não surtir o efeito desejado na hora, na verdade nenhum efeito porque nem chegou a ser lida, mas causar certo impacto em um momento tão inesperado e incomum.

Mas sabe o que realmente fica disso tudo? É que, quando temos um impulso em fazer alguma coisa, temos que fazer mesmo, pois algo pode estar nos ordenando que seja dessa forma, por algum objetivo que, não necessariamente, será o que eu ou você esperamos.

Façamos a nossa parte que, eu diria...   "Deus se incumbe de fazer o resto". Mas, se você não tiver nem um pouquinho de fé, pode mudar para...   "A vida se incumbe de fazer o resto".

2 comentários:

Alexandre Salim disse...

Não vivemos isolados. Nosso corpo físico não é nosso limite. Por isso que às vezes recebemos sinais sutis que influenciam nossos pensamentos e açoes, mesmo que não esteja claro o porquê.

Antonia disse...

É um forma antiga ,mas que não viemos a esquecer que nos nossos tempos,era a carta que nos levava noticias ao nosso amor
http://blogfrasesepoesias.blogspot.com.br/

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